quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Visita ao Projeto Tamar - Praia do Forte, Bahia



Nesse primeiro post de 2017 trago como tema a natureza e a preservação. No Natal eu tive a oportunidade de viajar para a Bahia e conhecer mais um pedaço do nosso país. Eu verdadeiramente amo o Brasil, e pude me assegurar de como somos um país abençoado, cheio de belezas naturais e que precisam que nós tenhamos cuidado com elas. 


Acredito que nós precisamos dar um pouco mais de atenção para o que é nosso, aprender a valorizar o nosso país e a preservar toda a sua riqueza. Na Bahia, eu fiquei hospedada em um hotel localizado na Praia do Forte, que fica na Mata de São João. É um local paradisíaco, com uma praia linda, de 14 km de extensão.

Vista da Praia do Forte

Entrada do Projeto Tamar - Praia do Forte

É na Praia do Forte que está localizada a principal base do Projeto Tamar, que atua na preservação das tartarugas marinhas e outros seres do mar. Além dessa, o projeto conta com bases em diversas cidades brasileiras litorâneas. Na visita ao local, fomos acompanhados por um guia que nos explicou curiosidades sobre as tartarugas e nos contou detalhes sobre o projeto.

As tartarugas são animais incríveis e que sofrem muito, tanto pela dinâmica selvagem da natureza quanto pela ação do homem.  Desde o seu nascimento até chegar ao grande mar, esses animais enfrentam grandes desafios.

Esculturas que representam os cinco tipos de tartarugas que frequentam o Brasil (no mundo todo existem sete tipos)

Exemplo de ninhos demarcados nas praias

Filhotes em observação no Projeto Tamar. Em alguns dias seriam entregues ao mar

Depois de grandes, os machos nunca mais saem da água; por isso, apenas as fêmeas botam os ovos, e elas sempre voltam para o lugar onde nasceram. As tartarugas conseguem esse feito graças a partículas de magnetite que vão parar em seu cérebro quando elas se arrastam para o mar, ainda filhotes. E assim elas se orientam pelos campos magnéticos, pois cada praia tem a sua "marca" específica. Não é incrível?

Uma tartaruga coloca aproximadamente 120 ovos e o projeto estima que a cada mil filhotes, apenas um sobrevive e chega a idade adulta. Depois que nascem, os filhotes demoram de quatro a cinco dias para escalar o buraco de areia onde foram depositados os ovos e chegar à superfície! Durante esse período, eles conseguem retirar o ar das partículas de areia! Depois de chegarem ao mar, também demoram até cinco anos para saírem da área da costa, onde estão os maiores riscos - como os predadores - e chegarem até o grande oceano.

Ilustração do ciclo de vida de uma tartaruga marinha

Uma tartaruga pode viver de 80 a 100 anos. Mas a cada dez tartarugas encontradas mortas, nove são por causa de sacos plásticos. No fim do ano passado eu estive no Guarujá, litoral de São Paulo e lá eu andei de stand-up pela primeira vez.

A prancha permite que a gente vá para uma distância considerável da praia, e durante o remo eu encontrei sacolas plásticas, saco de salgadinho e um plástico inteiro de fardo de cerveja. Foi muito triste ver todo esse lixo no mar e eu pensei em quantos mais não existiam por aí. Foi um alerta sobre a falta de consciência e educação ambiental no Brasil.

Uma coisa legal que o Projeto Tamar levou para a vila da Praia do Forte foi exatamente a conscientização. Hoje, os pescadores que antes caçavam as tartarugas e utilizavam sua carne como comida e o casco como item de venda, são parceiros na preservação desses animais.

Poder conhecer de perto uma base do projeto Tamar e entender um pouco mais de todo o trabalho e esforço que há por trás dele para a preservação da natureza e dos animais foi uma oportunidade realmente incrível. Essa viagem deixou muita saudade.