domingo, 31 de julho de 2016

Dicas de filmes

Se o intuito deste blog é instigar, aqui vão duas dicas de filmes para refletir. São dois filmes que me marcaram e me fizeram pensar muito sobre a nossa sociedade. Tive contato com esses filmes por meio de uma professora de português e redação, com quem eu fazia aulas preparatórias para o vestibular. Ela tinha uma linha de ensino mais contestadora e reflexiva, e nos trazia conteúdos alternativos ao que era trabalhado em massa nas escolas e cursinhos, focados apenas no conteúdo das provas. Acredito que os dois filmes estão disponíveis no youtube.

1. Ilha das Flores
Ilha das Flores é provavelmente um dos filmes mais curtos e impactantes que eu já assisti. Resumidamente, trata-se de um curta-metragem que reflete sobre a produção e o descarte dos nossos alimentos, sobre nosso consumo e sobre o modelo econômico que vivemos. Eu vi esse curta pela primeira vez no curso de português e depois eu voltaria a vê-lo na faculdade. Em uma sala de quase 40 alunos, apenas duas pessoas (eu e mais uma menina) já tinham ouvido falar dele, mas é um filme que deveria ser obrigatório em todas as escolas. 

2. Surplus
O principal foco de crítica deste filme é o consumismo insustentável. Ele também reflete sobre a influência da mídia sobre as pessoas. Em uma crítica, o escritor John Zerzan diz que a liberdade no capitalismo está em escolher marcas. O filme mostra o descontentamento de pessoas com os seus modos de vida, tanto no capitalismo como no socialismo.

Espero que gostem das dicas e que os filmes gerem boas reflexões.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Compartilhando

O final de semana está chegando, ou já começou, e vim aqui trazer duas dicas bacanas de eventos em São Paulo.

1. Armazém do Campo

Amanhã, sábado, será a inauguração do Armazém do Campo, um local para venda da produção da Reforma Agrária. A loja oferecerá produtos orgânicos e agroecológicos de pequenos produtores. O endereço é Alameda Eduardo Prado, 499, Campos Elíseos e a programação, que conta com atividades culturais e gastronômicas, começa a partir das 10h. Saiba mais pelo evento no facebook.

2. Plantio de árvores no parque

No domingo o grupo Floresta de Bolso organiza um dia de plantação de araucárias e árvores frutíferas. A ideia é resgatar as plantações que eram nativas da região e aumentar a biodiversidade do local. A participação é gratuita e voluntária, basta comparecer e ajudar. A jornalista Mara Gama fala mais a respeito do evento em sua coluna desta sexta-feira na Folha de S. Paulo. 
O plantio acontece a partir das 10h no Parque Cândido Portinari, localizado na Av. Queiroz Filho, 1365, ao lado do Parque Villa-Lobos. 

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Bioembalagens: Um passo para uma revolução

Hoje no Brasil há uma grande disponibilidade de acesso a produtos orgânicos, desde sucos até verduras, e também produtos que são caseiros. É muito importante mesmo que a gente questione a procedência dos alimentos que nós consumimos, mas também precisamos pensar a respeito do lixo que é produzido com a nossa alimentação. Além de pensar no nosso bem estar em relação aos alimentos que comemos, podemos aliar isso ao bem estar ambiental.

A reciclagem ainda está engatinhando no nosso País. A coleta seletiva não consegue atender a toda população, nem a maioria dela. Há também uma concentração do serviço nas regiões Sul e Sudeste. Hoje, a maior parte da coleta dos resíduos sólidos é feita por cooperativas de catadores que lutam pela formalização do seu trabalho. 

No Fórum Economia Limpa, promovido pela Folha de S. Paulo e Abralatas (Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade), especialistas discorreram sobre as dificuldades da reciclagem no País. Em primeiro lugar, não há no Brasil um incentivo por parte das empresas em uma logística reversa, de retorno das embalagens, para que a própria empresa seja responsável por dar a ela uma destinação correta. 

Outro ponto é que a maioria das embalagens dificulta o processo de reaproveitamento, pois muitas vezes têm em sua composição uma mistura de diversos tipos de plásticos, papel e outros materiais, os quais são difíceis de separar, tornando a reciclagem custosa ou inviável. No evento foi levantada a necessidade de que as empresas revejam o design e composição de suas embalagens. Esses desafios nos levam a pensar a respeito da cultura de embalagens à qual fomos acostumados. É difícil comprar algo que não venha em uma embalagem, desde roupas, comidas e cosméticos. Até nos restaurantes, talheres e guardanapos acabam sendo embalados. 

A fala de Mario Monzoni, coordenador do Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV-SP, chama atenção para a necessidade de começarmos a rever a nossa produção e consumo: "Não tem planeta para o crescimento esperado para os próximos anos, e a reciclagem não vai dar conta disso". 

Em meio a esse cenário, surgem alternativas que parecem ser uma luz no fim do túnel, uma opção em meio às embalagens convencionais e não sustentáveis. É o caso da Oka Bioembalagens

A Oka é uma empresa de Botucatu, no interior de São Paulo, com o compromisso de produzir embalagens sustentáveis em seu processo, uso e descarte, as chamadas bioembalagens. Basicamente, são embalagens naturais, sem aditivos químicos e biodegradáveis. Por email, a empresa explica que suas embalagens podem ser descartadas em qualquer bioma que o retroalimenta. Assim, se for para a terra, virará composto; na água, alimentará os peixes e também pode ser usada como ração animal.

Essa múltipla funcionalidade é graças ao principal componente das bioembalagens: fécula de mandioca. Junto com água e fibras, a mistura dá vida a uma embalagem que suporta temperaturas de até 200ºC e também serve como isolante térmica. 


“Queremos sim ser competitivos e acessíveis para o mercado. Ainda temos o desafio de conseguir (a liberação da) Anvisa e a impermeabilização, mantendo o conceito de biocompatibilidade, e aí sim, entrar sem restrições no mercado”

Há uma diversidade de modelos, como, por exemplo, embalagem para ovos, bandejas, velas, copos e potes. É uma ótima maneira de incentivar uma produção de lixo zero. É possível comer tudo, até a embalagem! E elas também podem ser recicladas ou compostadas; de qualquer forma, se degradarão naturalmente. A Oka explica que a média de tempo que uma embalagem plástica leva para se decompor no meio ambiente varia entre 100 a 400 anos, enquanto as bioembalagens fazem o mesmo processo entre 100 e 400 horas. 

Em sua proposta de sustentabilidade, a empresa também busca formas de disseminar seus produtos com um menor impacto ambiental na questão de logística. Eles oferecem a opção de produção ‘in loco’, na qual as próprias indústrias produzem as embalagens. Essa técnica dispensa a necessidade de um transporte, que torna a produção mais rentável e contribui para uma diminuição das emissões de gases e combustíveis fósseis dos veículos.

A Oka busca cumprir todas as exigências para entrar no mercado e contribuir para um consumo sustentável.   

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Questões da terra

Eu tinha separado um link para compartilhar por aqui sobre a agricultura. É na verdade uma matéria que traz o estudo feito pela Larissa Mies Bombardi, professora de Geografia Agrária, na USP. Larissa fez uma extensa análise sobre o uso dos agrotóxicos no Brasil e suas consequências. Vale muito a pena ler! O link tá aqui.

Quero aproveitar para divulgar a campanha do pessoal do De Olho Nos Ruralistas, um observatório sobre o agronegócio no Brasil. O projeto é de extrema relevância, feito por profissionais da imprensa alternativa que se dedicam a produzir um conteúdo de denso e de qualidade, fruto de pesquisas sérias, que demandam tempo e recursos. Por isso, eles estão lançando uma campanha de crowdfunding, para atingir uma meta de orçamento para que o projeto possa ser colocado em prática. 
Pelo site é possível fazer doações de qualquer quantia, ou escolher uma quantia estipulada e receber um benefício em troca.

Tratar da agricultura e do agronegócio é falar da história do Brasil. É pensar sobre aquilo que comemos, sobre as lutas das pessoas do campo, dos indígenas. É tratar a respeito da terra, do desmatamento e da natureza. Discutir sobre o agronegócio é pensar sobre os nossos interesses, sobre o modelo econômico do País e sobre os rumos que estão sendo tomados a cada dia. É propor mudanças e melhoras.







quarta-feira, 6 de julho de 2016

Compartilhando

1. Agrotóxicos Agora Despejados Sobre Você - Outras Palavras

Nos últimos dias tenho lido matérias bem alarmantes em relação à política, saúde e meio ambiente. A possibilidade do presidente interino Michel Temer aprovar a pulverização de um veneno para combater o mosquito da dengue e da zika é realmente preocupante. A medida foi rejeitada pelo Ministério da Saúde e especialistas alertam que o veneno, além de causar danos irreversíveis ao meio ambiente, poluindo rios, mares e plantas, também pode ser ineficaz contra o mosquito, provocando apenas uma seleção natural, matando os mais fracos. Ainda não se concluiu sobre os efeitos nocivos sobre a população por serem desconhecidos, mas o desenvolvimento de doenças como o câncer é estudado por especialistas.  

Leia aqui.


2. Rio Descumpre Todas as Metas Ambientais para as Olimpíadas - Folha de S. Paulo 

Outra notícia triste é a respeito das Olimpíadas no Rio de Janeiro. Nós já sabemos que o Brasil não tinha estrutura para receber um evento desses, e agora, com o cenário de descrença, governantes culpam a crise econômica e política. Fato é que o Rio de Janeiro tem sofrido um descaso por parte de seus representantes já há algum tempo. Essa matéria fala de todas as consequências ambientais que aconteceram com a realização das obras, e a incapacidade do governo de cumprir com as metas de proteção da natureza, o que se soma a outros problemas da cidade como a poluição da Baia de Guanabara e a Lagoa Rodrigo de Freitas. 

Leia aqui.


domingo, 3 de julho de 2016

Reciclando o óleo de cozinha


Segundo o site da Vitaliv, o descarte incorreto de óleo é responsável por 20% do custo do tratamento de esgoto. Por ano, chegam a rios e mares 2,4 bilhões de litros de óleo, sendo que os brasileiros consomem uma média de 15 litros do produto, anualmente. Por essas questões, é preciso criar uma consciência de que o descarte incorreto do óleo pode nos causar grandes problemas, além de poluir a natureza.

O óleo de cozinha pode ser reciclado e para estimular essa prática, a Vitaliv, que é uma empresa produtora de óleo, criou um aplicativo que conecta o usuário a uma opção de descarte. A pessoa pode levar o seu óleo em algum posto ou pedir para que seja feita a retirada do material em sua casa. O aplicativo só atende algumas regiões da cidade de São Paulo, mas já é uma opção para botar em prática o descarte consciente do produto.

Em casa eu tenho usado há alguns meses um sabão feito de óleo. Quem produziu a barra foi a avó da minha amiga, que já faz isso há anos na casa dela. O sabão não dá nenhum tipo de alergia, a pele não fica tão ressecada como com um detergente normal e ele é ótimo para lavar, além de render bastante! 

Sabão caseiro


13/07 - Estou atualizando esse post com um link de matéria que saiu na Folha de S. Paulo intitulada "Óleo de cozinha é o vilão do esgoto no centro de SP, região líder em reparos". A reportagem fala sobre as consequências da falta de uma vigilância sobre o descarte incorreto do óleo por restaurantes da região. Dá pra ler aqui.