quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Projeto Gaveta chega a São Paulo com o tema Celebrando Consciência e Coletividade






No próximo sábado, dia 07, acontecerá em São Paulo um evento super bacana sobre moda e novas formas de consumo. A organização fica por conta do Projeto Gaveta, uma iniciativa que fomenta trocas de roupas.

O Projeto foi criado em 2013 e já realizou quatro edições da feira, totalizando 600 participantes e mais de 22.000 peças circuladas.

Além da rede de troca, que vai ser feita em parceria com o Roupa Livre, haverá outras atrações como feira de roupas sustentáveis, comidinhas, workshops, palestras e a exposição Descascado, que vai fazer uma viagem do Rio até São Paulo.



As oficinas estão muito legais, super bem pensadas, e todas fomentam o ensino de técnicas que podem prolongar a vida útil de uma roupa ou produto, ao invés de jogá-lo fora de maneira descartável.

E são elas: upcycling de bordado com o Clube do Bordado, conserto de calçados com a Rabbleshoes, SOS Costura com Roupa Livre e a Costureirinha (técnicas de costura à mão) e Costura Básica de Kit Lixo Zero, com o Roupa Livre e Alinha.

As palestras foram divididas em três temas: Rebobine, por favor - para falar sobre velocidade de produção e novas formas de consumo, Fashion Revolution - para debater sobre negócios conscientes e Jornalismo e Moda Sustentável - para falar sobre os desafios de se comunicar sobre um novo jeito de se consumir, e como a moda, que sempre estimulou o consumo, está lidando com o novo cenário.

Entre os convidados estão Mari Pelli, Gabi Mazepa, Marina Colerato, Carolina Delgado, Luciana Nunes, Instituto Chão, Max Nolan Shen, Dari Santos, Leandro Elias Miguel, Lilian Pacce, Pedro Diniz, Camila Yahn e Silvana Holzmeister.



Muito interessante né? Se você não for de São Paulo ou não puder comparecer ao evento, as palestras serão transmitidas ao vivo e online pelo Facebook ou Instagram do Projeto Gaveta.

O evento acontecerá no MIS, Museu da Imagem e Som, localizado na Avenida Europa 158, a partir das 10h.

Para saber mais sobre tudo o que vai rolar, acesse o evento pelo Facebook.

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Congresso Internacional de Negócios da Moda - 5ª edição





Na próxima semana, de 25 a 28 de setembro, acontecerá a 5ª edição do CINM - Congresso Internacional de Negócios da Moda. O evento já aconteceu em edições anteriores no Rio de Janeiro e em Portugal e este ano será sediado em São Paulo, na EACH-USP (zona leste).

O CINM é organizado pelo Instituto Brasileiro de Moda (IbModa) e faz parte da Semana Brasileira de Moda, que está em sua primeira edição. Será um evento muito rico com palestras, oficinas, apresentação de trabalhos, tudo em torno do tema "O Futuro da Moda".

Eu terei a honra de palestrar no Congresso no dia 27 de setembro, quarta-feira. Estarei lá em nome do Follow the Colours na mesa "A Sustentabilidade está no DNA" e o tema principal do dia será "Formas e Volumes".






Estou muito feliz com esse convite e muito alegre por fazer parte de um evento tão importante para a moda brasileira. Além das discussões, o Congresso também traz conversas sobre inovação e tecnologia e negócios de moda.

A programação está imperdível, com nomes como Flavia Aranha, Fernanda Simon (Fashion Revolution Brasil), André Carvalhal (Malha), Rafael Cervone (ABIT), Marina Kadooka (Levi's), Lúcia Udemezue (Manifesto Crespo).

Confira aqui a programação completa e não deixe de fazer sua inscrição!



quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Três produtos bacanas feitos por marcas brasileiras e sustentáveis

Em busca de mudar o meu comportamento de consumo e ter maior controle sobre aquilo que eu compro, tenho pesquisado e testado novas marcas. Hoje vim falar sobre três produtos que experimentei e que ao meu ver, valem a pena de se investir:



Sapato com conforto e alta durabilidade

Já falei um pouco da marca por aqui e acredito que ela já seja conhecida por muitas pessoas hoje. A Insecta Shoes é uma marca brasileira, de Porto Alegre e produz sapatos veganos, feitos a partir de roupas de brechó e com o solado feito da reciclagem de garrafas pet.

Os produtos da Insecta são de extrema qualidade e duram muito. Se formos comparar com os preços de shopping, os da Insecta não são algo tão exorbitante, e valem muito a pena. Além disso, é muito bacana apoiar uma marca menor e que cria um produto brasileiro de qualidade.

É uma compra que vale muito a pena o custo benefício, além de ser uma peça com muito estilo, pois cada modelo tem uma estampa única. Esse modelo é o meu xodózinho e é da parceria da Insecta com a estilista Flavia Aranha. Todo o tecido dele é tingido naturalmente.



Bolsa topa tudo

Eu estou apaixonada por um modelo de bolsa da marca Sta Spalla. É um bauzinho, feito de madeira de origem legal e couro excedente da produção. É uma forma de dar um novo uso a algo que já foi criado, sem gerar nova demanda. Essa proposta me chamou muita atenção porque é muito legal pegar algo que é excedente de uma produção, que provavelmente se tornaria lixo, e dar um novo sentido a ele.

O que eu mais gosto na marca é que ela alia reaproveitamento de materiais com um design único, criando um produto de qualidade e diferenciado, feito no Brasil.






Cosméticos veganos

Eu amo conhecer marcas de produtos de beleza naturais e já tinha ouvido muito falar da Sabon Sabon. São muitos sabonetes diferentes, cada um pensado de acordo com o tipo de pele ou função (relaxante, hidratante, esfoliante) e todos artesanais, feitos a partir da técnica de cold process.

O que eu experimentei foi o Xuê, feito com argila rosa e óleos hidratantes. Fiquei ainda mais encantada com a marca quando vi que as embalagens são feitas de um papelão durinho, como uma caixinha mesmo. Ai invés de ir pro lixo, ela pode ser customizada e reutilizada para guardar coisas como jóias ou acessórios de papelaria. 


segunda-feira, 31 de julho de 2017

Moda com Propósito


Sempre admirei o trabalho do André Carvalhal. Por isso, quando li o seu segundo livro, fiquei admirada em como ele se abriu para refletir sobre o próprio trabalho. No ano passado, tive a oportunidade de assistir a uma palestra dele no Paraty Eco Festival. Foi lá que ouvi pela primeira vez sobre a Malha e sobre o novo rumo profissional que ele estava tomando na moda.

Em Moda com Propósito, André revela um despertar que envolve o mundo da moda e a ele mesmo. Tendo trabalhado por muitos anos em uma das lojas mais famosas do Brasil, ele hoje é sócio e co-fundador da MALHA, um espaço que fomenta marcas baseadas na sustentabilidade, slow-fashion e upciclyng.

No livro, entendemos melhor sobre o período de transição que a moda está vivendo e suas incertezas diante da incapacidade de prever o futuro. Entendemos como a crise econômica e a expansão de consciência estão moldando os padrões de consumo das pessoas e a forma como se relacionam com as marcas. 

É esperançoso ver que André, como representante do segmento de moda e mais, grande influenciador desse meio, se engaja totalmente em um manifesto de transformação da moda, de sua lógica produtiva. Como ele diz em certo trecho, será preciso "rever os conceitos de todos os processos...".


É acalentador saber que pessoas da moda estão se comprometendo com tanta seriedade e veracidade com uma mudança estrutural em seu meio. Que entendem, expõem e compartilham os problemas sociais, éticos e econômicos que existem na moda e defendem com coragem novos modelos.

André ressalta que há um momento de virada, uma nova era, já acontecendo. Por espontâneo querer ou por pressão, as marcas estão mudando. Velhos modelos já não se sustentam mais. As pessoas estão mudando e estão fazendo as marcas mudarem com elas.

Muito já está sendo feito, muito ainda há de se descobrir e muito ainda há que se fazer. A indústria da moda é uma das mais poluidoras do mundo e uma das que mais emprega. Que esses empregos possam respeitar os trabalhadores e que de poluidora, seja propagadora de novos exemplos, de um trabalho justo, criativo, autoral, de moda.

O consumismo está dando lugar para a consciência. As pessoas passam a se preocupar em saber quem fez suas roupas, em quais condições, com quais materiais. Entendem e valorizam uma produção mais demorada e mais humana. Prefrem comprar menos e melhor, e não necessariamente o mais barato. Junto com isso, entendem melhor sobre elas mesmas, sobre seu estilo, sem imposições sociais ou sem querer apenas agradar e atender a padrões.

O livro é uma provocação a pararmos para pensar, nos questinarmos sobre propósitos e valores. Ele incita a vontade de procurar respostas, o que já é tão importante quanto achá-las. Nos motiva a pensarmos nos outros e em nós mesmos, e a levar uma mudança de humanização para a moda e para a vida.